Os olhos do meu pai eram verdes, brilhavam com intensidade
na longa noite das vidas que passavam sobre ele, seu olhar erguia-se diferente
para mim, negligentes a minha dor, imprimia na consciência orgulho e terror. A
imensidão dos seus olhos era também só apresentada como imensa para mim, o
profundo verde mármore era logo silenciado pelos coágulos de sangue dos olhos
dilatados do cansaço, pela tez queimada do sol de trabalho e as coroas de ouro
que irradiavam as cáries de dentro da boca, seu silencio para mim ainda que
ameaçador, era para os outros daquele que se dói no silêncio dos dias, aquele
que mesmo gritando para o poço, os ecos ainda não atingiam suas profundeza, e
respondia com o silêncio. Apesar de seus olhos ainda aguardarem as surpresas
que o céu deixou ao seu destino, ele já não esta mais entre nós, entrou
naqueles sonhos de alucinação, e por serem tão reais é difícil de sair...
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